receber
o acaso na alma
da casa…
…a alma
que ecoa, nessas casas,
é a de quem mora nela,
de forma que essas pessoas sintam
como se tivessem sido elas
a decorar a casa.
essa é a mágica de marina linhares.
desentranhar, dos moradores,
seu jeito próprio de morar.
morar é viver /vídeo
pelas mãos de marina
tudo ganha
nova necessidade,
caminhar por uma dessas casas
é como uma
sucessão de surpresas…
…que compondo
com o respeito ao morador,
a luz e os detalhes, carimbos de seu trabalho,
vêm a marcenaria de ponta, os móveis inovadores ou clássicos, mas sempre de altíssima qualidade,
os materiais de acabamento perfeito,
as misturas de texturas..
e o elemento do espanto -
aquele que ninguém sabe nem consegue definir - mas que é a origem de toda arte e de todo profissionalismo diferenciado:
a curiosidade e a abertura
ao mistério
quem mora
quer gostar de onde mora
e quer morar com conforto,
amor e beleza,
sejam eles quais forem.
o mais importante,
para marina linhares e para quem mora,
é sentir que ali, naquela casa, o que salta aos olhos
é a vida
marina
dialoga, ouve
e respeita,
ela também sugere
e delineia uma presença.
a marca de marina está,
acima de tudo,
nos detalhes…
… está no convite
a uma força maior, cuja existência
poucos percebem, mas que é essencial:
a luz
marina,
se você fogsse uma casa, como ela seria?
- seria como as casas que faço:
quentinhas, que abraçam e que querem iluminar bastante. eu gosto de casas acolhedoras e queria sempre poder receber, é o que mais me estimula.
para marina,
o morador,
morar e decorar
formam uma
unidade
seu principal
artesanato é saber ouvir
o desejo de habitar
de quem a convida.
como você quer morar?
aquilo que trouxemos
da distância geográfica
e temporal;
o que adquirimos de novo,
do que gostamos
e do que queremos
ainda fazer:
“aquele espaço na parede
será preenchido”.
a minha escrita é a decoração.
a minha poesia
acaba sendo essa,
o meu jeito de colocar as coisas,
um pouco bagunçado
e um pouco organizado
ao mesmo tempo /marina linhares
morar é isso:
demorar-se…
ficar demoradamente.
se tudo é rápido,
na morada pode-se
prolongar o tempo
embelezar
é como honrar a memória;
porque ela nos identifica
e porque gostamos dela
sem saber justificar o porquê.
também é como carimbar
nossa presença exclusiva,
nossa assinatura táctil no mundo,
casa é onde se cabe.
onde morar a casa?
nos olhos.
uma casa mora nos olhos.
quando tocar na casa?
agora uma casa:
só se for já.
